23/04/2009

Sensível

Adormeci, e acordei sem forças.
Alguém me esgotou... Ou terá sido apenas e só a sociedade?
Se fosse a Blimunda conseguiria ver por dentro de tudo, porque estou em jejum, mas como não sou, limito-me a sentir os olhos inchados do choro, da luta constante na companhia da minha mãe, coitada, que sofre, como se lhe não bastasse! Observa-me a expurgar tudo, e ajuda-me! E ainda me olha nos olhos e diz: "Cheira a flor...", "Isso...", "Respira como se estivesse aqui uma flor"... Coitada, que paciência a da minha mãe! Mas lá me acalmei!
As lágrimas cessaram! Não preciso do mal que me prende as articulações...
Ontem escrevi isto enquanto vinha no comboio para casa, (no meio da sociedade suburbana, africana, e chinesa... Quase me ia esquecendo que ali estava!): Libertei-me! Finalmente! Hoje vou conseguir dormir. Já não me debato contra as amarras que aniquilavam Prometeu, já nem sequer tenho nada a perder! Já consigo distinguir com clareza, o certo do errado. O meu pensamento estava interdito, num armário preso. Descobri a chave! Agora flui! Já consigo escrever!
A minha maneira de ser reflecte-se no que escrevo! Perdi as inseguranças... É tempo de voltar a ser feliz. As palavras que não me faziam sentido encaixam-se agora como um puzzle. Precisava de andar de comboio muitas vezes, para não estagnar, nem atrofiar-me no meio "das flores de papel". Já não tenho medo!

2 comentários:

Niusha disse...

Não te consigo comentar.
Não tenho palavras suficientes.

Maria Matos disse...

Mas cada dia que passa e já sao alguns!
Penso e digo para mim mesma:quem sou eu para julgar seja o que for?
Ganho forças mais forças nao estou só nesta caminhada e sempre imcondicionalmente com a minha filha e tentando compriender todos que estao com ela sem os julgar !