26/08/2008

A tua causa

O meu riso já não é o mesmo, a minha voz não é a mesma, a minha maneira de andar não é a mesma, o meu corpo não é o mesmo, as minhas piadas não são as mesmas, e o meu olhar não é o mesmo. Os meus beijos não são os mesmos, as minhas vontades não são as mesmas, os meus apetites já não são os mesmos, o meu talento já não é o mesmo.
A minha força continua a mesma.

22/08/2008

interminável pesadelo

AAAAaaaah fodasse que arranhões tão profundos.
Fechei uma porta e nem sabia que nunca a conseguiria abrir por não saber lidar com a fechadura. Ali dentro fechada, sem telémovel, sem força nem mãos que me deixassem sair dali, gritei pela minha mãe como Hamlet gritava pela sua... E NINGUÉM ME OUVIU! Percebi então o quanto sozinha estou. Por muito que gritasse ou espernia-se ninguém me iria ouvir, e os vizinhos de cima pouco se importaram, nem se lembraram que o contacto dos bombeiros existe. O ar faltava-me, doía-me a garganta, o meu coração estava pousado na minha língua... Forcei a porta, e a fechadura sorria de gozo para mim... Podia ter morrido ali dentro e ninguém iria reparar... Às 18:30 a minha mãe ao encontrar-me morta na casa de banho, lembrar-se-ia que nunca soube abrir aquela porta, nunca tinha percebido o jeito que é preciso dar-lhe. Agora percebi que não morri, mas ninguém me ouve, ninguém ouve os meu gritos... Saí com o meu corpo daquela casa de banho, mas a sensação de clausura continua.
Onde estás tu? Onde está o homem que se dizia meu companheiro? O que estás a fazer? Porque é que não me dizes nada? Porquê??? Amas-me? A resposta é um vazio.

17/08/2008

Não por ti. Por mim.

Afinal filmes foram, e serão sempre pensados nestas coisas que, consequentemente acontecem na vida de uma pessoa como eu.
Uma porta fechada, medos, frustrações, falta de uma linha recta de um passado... Seja o que for, o que sempre me fez voltar atrás o que sempre me fez esquecer com tanta facilidade esta dor que me vem atormentar quando a minha cara te assusta, foi precisamente a tua pele e não os teus actos... Não apenas a pele, mas o facto de eu ter toda a certeza de que estarás na minha vida até ao fim dos meus dias, porque ao tocar-te com um dedo que seja... Não sei! Apenas sinto a certeza que não pode ser mais ninguém... Mártir eu? não.