22/08/2008

interminável pesadelo

AAAAaaaah fodasse que arranhões tão profundos.
Fechei uma porta e nem sabia que nunca a conseguiria abrir por não saber lidar com a fechadura. Ali dentro fechada, sem telémovel, sem força nem mãos que me deixassem sair dali, gritei pela minha mãe como Hamlet gritava pela sua... E NINGUÉM ME OUVIU! Percebi então o quanto sozinha estou. Por muito que gritasse ou espernia-se ninguém me iria ouvir, e os vizinhos de cima pouco se importaram, nem se lembraram que o contacto dos bombeiros existe. O ar faltava-me, doía-me a garganta, o meu coração estava pousado na minha língua... Forcei a porta, e a fechadura sorria de gozo para mim... Podia ter morrido ali dentro e ninguém iria reparar... Às 18:30 a minha mãe ao encontrar-me morta na casa de banho, lembrar-se-ia que nunca soube abrir aquela porta, nunca tinha percebido o jeito que é preciso dar-lhe. Agora percebi que não morri, mas ninguém me ouve, ninguém ouve os meu gritos... Saí com o meu corpo daquela casa de banho, mas a sensação de clausura continua.
Onde estás tu? Onde está o homem que se dizia meu companheiro? O que estás a fazer? Porque é que não me dizes nada? Porquê??? Amas-me? A resposta é um vazio.

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