07/03/2008

Intimidade

Ao calor
da minha intimidade,
sinto.
E tudo quanto vejo
é este sentir
denso e profundo.

As estrelas, lá no céu, brilham.
E eu,
cosido comigo
nas sombras do meu poço,
ouço
a voz do mundo.

Ainda tenho olhos p'rás estrelas,
mas, velhas,
cintilam, cansadas,
sobre tudo que as esquece.

Olho-as nos olhos.
Uma estranha energia
redobra-lhes a tristeza
que se funde em mim
como se funde em mim
como se fosse o príncipio do fim
- almas que se encontram numa prece.

Carlos Carranca
Serenata Nuclear

2 comentários:

Balbino disse...

Estava a ler e eu sabia que conhecia este género de escrita...

=)

Balbino disse...

http://www.youtube.com/watch?v=IEguAROS4tw