09/03/2008

Agonia II

(...)Nunca andei tanto na minha vida... Corri quase Lisboa inteira a pé, deixei que os meus pés me levassem pra onde eles quisessem...eu não comandava... Vagueei... Não via nada, só me apetecia andar.
Depois vi mendigos à porta de uma igreja na baixa e fiquei lá olhar pra eles. Continuei a andar, e não queria voltar pra casa. Chorava mas 'tava-me a cagar se as pessoas olhavam pra mim ou não.
Queria-te desejar parabéns mas depois pensei na palavra 'parabéns' e aquilo não me dizia nada... Não são uns meros parabéns que tu mereces.
Só andava e... O tempo andou como nunca o senti andar. Entrei num táxi e pedi ao senhor para me levar a casa mas que não tinha dinheiro, o homem deve ter percebido o meu estado e trouxe-me; por incrível que pareça.
Não contes nada a minha mãe! Quero falar contigo!(...)

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