20/05/2009

Poeta

Não me perguntes, porque nada sei
Da vida,
Nem do amor,
Nem de Deus,
Nem da morte.
Vivo,
Amo,
Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente
Ressuscitado.
O resto são palavras
Que decorei
De tanto as ouvir.
E a palavra
É o orgulho do silêncio envergonhado.
Num tempo de ponteiros,agendado,
Sem nada perguntar,
Vê,
sem tempo, o que vês
Acontecer.
E na minha mudez
Aprende a adivinhar
O que de mim não possas entender.
Não existe melhor oração que a poesia.

1 comentário:

mafalda chantre disse...

este tocou, da maneira como me tocavam os teus textos quando os começei a ler. este, não é texto, é poesia. este, é palavra.