13/09/2009

Fado Raquel

"Quem me vê debruçada na janela
Não venha debruçar-se sobre mim
Mas passe tristemente junto dela
E tristemente passe junto a mim

Que juntas estão as mãos com que apertei
As rosas e os beijos pela tarde
Que deu lugar à noite que me dei
E que sem querer me arde, ainda arde.

Quem passar devagar não se demore,
Acaso o choro a alma me encontrar
No fundo não é tanto o quanto chore,
É mais a dor calada de chorar.

Que a espera que me prende no vazio
deserta-me da vida junto dela
E outra vida surge como um rio
Ao ver-me debruçada na janela"

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