"Puta de vida. Que partículas somos nós afinal? Que faria eu naquela circunstância? E porque é que sinto tudo como se fosse comigo! É verdade! Senti tudo como se tivesse eu própria desamparada... Como me posso eu queixar? Que ingrata! Que mimadinha de merda! Sem a minha mãe...Oh meu Deus... Sem a minha mãe eu... Não consigo pensar nessa hipótese, ou melhor, consigo, mas não devia sequer estar a escrever isto! Mas afinal que tipo de país é este? Como é possível autorizarem a trabalhar, uma data de incompetentes, na zona do estado de graça, na especialidade hospitalar, que nem sequer trata de doenças, trata...do...Milagre da vida...o milagre da vida! Ao menos isso...o milagre da vida. A vida? Que vida? Somos apenas marionetas? Quem se atreve mais uma vez a questionar-se sobre o sentido da vida? Eu? Tu? TODOS? Porquê? O quê? Como???? Como????? Não resisto... Choramos, berramos desesperamos... Mas existem momentos vazios, sem sons, nem cheiros... Avista-se apenas uma mudança de cenário... O cenário é primaveril, cheio de frutos apetitosos a provar! E ainda bem! Vai ficar tudo bem! Só tem de ficar tudo bem! Existem pessoas lindas no mundo! Existem sim! Eu acredito nisso! Quem não acredita? Os médicos?"

O passado caiu-me em cima, com um peso brutal.
E agora estou tão...
Que vida?
A dos nossos.