19/10/2007

Cazulo

Cheira a escola primária no R/Chão, tal como no dia em que vim viver para este prédio, mas como sempre estranha-se, depois entranha-se, e já não se sente o odor como dantes. Subo as escadas perdendo o cheiro nostálgico a cada degrau que subo, agora o cheiro é diferente...Cheira a mãe, á minha mãe. O meu cansaço agarra a paz neste momento em que abro a porta, e um tufo de pelo preto corre em minha direcção para me lamber a boca, o nariz, as orelhas...e o meu rosto lava-se e livra-se de tristezas, porque lágrimas não se formam só de...enfim... não sou o Rómulo de Carvalho para saber de que se formam as lágrimas, (não tenho tubos de ensaio aqui em casa)...Fora de nostalgias: são ferros azuis, imitando o antigo com uma pintura de laivos brancos, que formando uma cama com o indispensável colchão que chamam por mim neste momento. A minha infância chama a Alice Vieira para me concluir as borradas que escrevo: "Se perguntarem por mim digam que voei".

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