07/06/2009

A moldura lisboeta

O meu olhar caminhou por sobre o rio de diferentes tonalidades oferecidas pelas nuvens. Caminhou mais um pouco até ao firmamento daquela tarde cinzenta, e é então no final do percurso que decidiu voltar por entre duas colunas de pedra, colunas essas que serviam como moldura da paisagem, onde o grande Fernando Pessoa escrevinhava devaneios opiários.
Caminha agora na simplicidade que é viver, e o rio Tejo é divino. A simplicidade das palavras que nunca são ocas servem para satisfazerem aqueles que não lêem em entrelinhas, e se deixam levar nesse rio a boiar, e no entanto quem são aqueles? São pessoas que se sentam para observar a moldura do rio formada por fortes colunas de pedra, mas quem viu as colunas pensou em molduras, em desenhos ou pinturas?

O grande Fernando Pessoa escrevia ali, partilhando tudo com líquidos e peixes.

Sabe muito bem.

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